segunda-feira, junho 17, 2013

JÁ PROGRAMOU SUA PRÓXIMA FORMAÇÃO DE PASTAGEM???

Passo a passo de como fazer:
1. Definir o objetivo da propriedade
2. Preparo de solo e calagem
3. Escolha da semente
4. Plantio
5. Primeiro Pastejo e Adubação de cobertura


1.      Definir o objetivo da propriedade

O primeiro passo a ser dado é planejar a implantação de uma pastagem deixando claro qual é o objetivo da fazenda, o que irá produzir, como e a quantidade do que quer produzir.
Cada fazenda tem sua aptidão, que leva em consideração o mercado, o “gosto” do produtor, o clima da região, potencial irrigável, logística, relevo, solo etc. A partir disso um planejamento forrageiro poderá ser feito e assim escolher a melhor opção de capim para a implantação, que se encaixe no projeto da fazenda. Neste momento, a coleta de material para a análise de solo deve ser realizada.
Espécies
Exigência em fertilidade
Tolerância
Profundidade 
plantio 
Frio
Seca
Umidade
Cigarrinha
(cm)
Brachiaria brizantha cv. Marandu
Média a alta
Média
Média
Baixa
Resistente
02-04
Brachiaria decumbens cv. Basilisk
Média a baixa
Média
Boa
Baixa
Susceptível
02-04
Brachiaria dictyoneura cv. Llanero
Baixa
Média
Boa
Média
Tolerante
01-03
Brachiaria humidicola cv. Humidícola
Baixa
Média
Boa
Alta
Resistente
01-03
Panicum maximum cv. Mombaça
Alta
Média
Média
Baixa
Tolerante
0,5-2,5
Panicum maximum cv. Tanzânia
Alta
Média
Média
Baixa
Tolerante
0,5-2,5
Panicum maximum cv. Massai
Média a alta
Boa
Média a boa
Baixa
Tolerante
0,5-2,5
Paspalum atratum cv. Pojuca
Média a baixa
Média
Média
Alta
Resistente
01-03
Andropogon gayanus cv. Baeti
Baixa
Alta
Alta
Média
Resistente
0,5-1
Quadro 1 - QUADRO SINÓTICO - Características das principais plantas forrageiras
Fonte: EMBRAPA, Gado de Corte.


2.        Preparo de Solo e Calagem.
            O bom preparo de solo é essencial para a boa formação da pastagem, por isso o planejamento deve ser minucioso. A época ideal para iniciar o preparo de solo, é no final do período chuvoso do ano anterior à formação, com isso problemas como a dificuldade de penetração da grade no solo é evitado, não atrasando o preparo do solo, como ocorre em alguns casos. Sendo assim, uma primeira gradagem adiantada é recomendada e o restante do processo pode ocorrer já no final da seca. A segunda parte do preparo do solo deve ser feito 60 até 30 dias antes do período programado para plantio. Por exemplo, se o plantio for feito em Novembro, o preparo de solo deve ser iniciado em meados de setembro até outubro. Em certas ocasiões, quando o plantio é programado para grandes áreas podemos iniciar o preparo de solo até 90 dias antes do plantio.
Um erro clássico observado é  fazer a gradagem antes da aplicação dos corretivos de pH quando são necessários, o corretivo de solo quanto melhor incorporado ao solo maior será o resultado da cultura posteriormente.
      Plantios antecipados (na poeira) ou tardios em relação àqueles períodos são arriscados e mesmo ficando bem estabelecido, a produção de forragem é menor por ocasião do primeiro pastejo e este tem que ser feito tardiamente (mais de 90 a 120 dias após o plantio comparado com 40 a 60 dias).
         A calagem, consiste na aplicação de corretivos (calcário, cal etc), para elevar os níveis de cálcio no solo, neutralizar o alumínio e aumentar o pH do solo, disponibilizando os nutrientes necessários para o crescimento da planta e favorecendo o desenvolvimento maior das raízes. A quantidade de corretivo a ser aplicado deve ser calculado a partir dos resultados da análise de solo, e sua aplicação pode ser parcelada em 2 vezes antes das gradagens quando necessária grandes quantidades para a incorporação do material no solo.

2.1- Métodos de Preparo e Plantio
        Consideramos praticamente três tipos de preparo de solo e métodos de plantio:
       O convencional, que é o preparo mais comum, com o tombamento da terra com arado ou grade pesada e nivelamento com a grade niveladora.
      O método de plantio do tipo direto que é feito com plantadeira em linha após a dessecação da vegetação com herbicida.
       O método de plantio aéreo que consisti apenas em derrubar a vegetação natural, queima-la e fazer o plantio sobre as cinzas (este método também pode ser feito em áreas de lavoura após a colheita e neste caso também não há o preparo do solo).

       Lembrando que durante o preparo de solo, em áreas com declividade acentuada, métodos de conservação do solo devem ser adotados, como o plantio em faixa, terraços e curvas em nível para evitar problemas com erosão e perda de fertilidade do solo.
Terraço de base larga (está adequado), mas deveria ter sido formado primeiro. No detalhe, lasca a mais sobre o terraço a qual poderá ser economizada em terrenos planos.
Fonte: Alcance Consultoria e Planejamento Rural

3.      Escolha da semente
A compra destes insumos deve ser realizada o mais cedo possível, pois assim se efetuará compras com preço mais baixo e maiores prazos para o pagamento.
A busca por empresas idôneas é o ponto chave para adquirir material de qualidade livre de contaminação, além disso, é importante sempre comprar sementes tratadas ou fazer o tratamento com inseticidas antes do plantio.
Para se calcular a quantidade de semente necessária para implantar um hectare devemos conhecer o valor cultural da semente adquirida, que é a pureza do material e a taxa de germinação. Com essa informação podemos calcular a taxa de semeadura. As recomendações feitas atualmente são, em geral, baseadas em observações práticas, levando-se em conta o tamanho da semente (número de sementes/grama), a época e o método de plantio. A Tabela 1 apresenta dados da quantidade de sementes por grama e a taxa de semeadura das principais gramíneas forrageiras.
Tabela 1 - Número de sementes por grama e recomendação para o plantio em kg/ha de sementes puras viáveis para alguns capins tropicais
Forrageira
Sementes/grama
Taxa de semeadura


(kg/ha SPV)
Andropogon
360
2,5
Braquiarão
150
2,8
B. decumbens
B. humidicola
200
270
1,8
2,5
B. ruziziensis
230
2,0
Tanzânia - 1
960
1,6
Tobiatã
680
2,5
Colonião
780
1,6
Setária
1490
1,2
Fonte: Vieira e Kichel (1995), modificado.

O ideal é conseguir uma densidade de plantas/ m2 da seguinte forma: forrageiras com sementes maiores como as do gênero Brachiaria sp e para o Paspalum guenoarum (capim ramirez), o estande obtido deve ser de 15 a 20 plântulas/m2. Forrageiras com sementes menores como andropogon, colonião, tobiatã, tanzânia, mombaça, setária, mais sensíveis às adversidades climáticas e ao preparo do solo, o estande obtido deve ser de 40 a 50 plântulas/m2. Um estande superior a 15 plântulas/m2 (150.000 plantas/ha) já é o suficiente para a formação da pastagem.
Plantio em condições ideais: Estas condições são as seguintes: plantio em época normal; solo corrigido e bem preparado; com adubação de plantio; equipamentos bem regulados; uso de rolo compactador de sementes após o plantio; plantio solteiro.
           
            kg sementes/ha = SPV x 100 x 2
                                                VC
     Onde SPV é obtido de tabelas, tais como a Tabela 1.
  Plantio em condições médias: Plantio a lanço na superfície do terreno sem compactação; plantio com solo semi-preparado; plantio consorciado com culturas anuais; época de plantio com incidência de veranicos;

            kg sementes/ha = SPV x 100 x 3
                                                VC
 Plantio em condições adversas: Plantio de avião; plantio tardio; plantio em terreno inclinado; plantio em terreno mal preparado; plantio em terrenos muito úmidos; plantio manual na superfície do solo; plantio em terreno seco e sem previsão de chuvas; equipamentos mal regulados; plantio sobre cinzas de queimadas.

            kg sementes/ha = SPV x 100 x 4
                                                VC                  
4.      Plantio
      As condições ambientais para o plantio variam de acordo com a região, ou seja, com a previsão de chuvas regulares do local, para que a operação ocorra quando houver condições adequadas de umidade do solo. 
      Os métodos de semeadura podem ser convencional mecanizado, ou manual, ou tração animal; aéreo; plantio direto; com cultura acompanhante, que variam de acordo com a característica de cada propriedade. Na formação, devemos ter atenções especiais para evitar infestações de plantas invasoras na pastagem recém formada, o plantio no “limpo”, ou seja, sem plantas invasoras na área é de extrema importância para uma boa formação, o controle químico com dessecantes ou até mesmo uma aração/gradagem pesada são decisivas para o controle de invasoras na futura pastagem. 
       Outros pontos como a correção da fertilidade do solo principalmente com fósforo durante o plantio para acelerar o desenvolvimento da planta forrageira abafando as invasoras, escolha de sementes puras evitando a propagação de sementes de plantas indesejáveis, entre outras ações que são importantes para evitar tal infestação de plantas invasoras nas pastagens recém formadas.
Compactação ou enterro de sementes no solo antes ou após a semeadura tem maior importância quanto mais superficial for o plantio e quando a profundidade de semeadura for irregular. A compactação do solo como uma das formas de evitar o assoreamento de sementes ou enterro demasiado devido à erosão. O peso da compactação das sementes deve ser no mínimo, 1,5 kg/cm de largura.
Figura 2 - Modelos de compactadores de sementes e de solo de pneus e de metal.
Fonte: Alcance Consultoria e Planejamento Rural


5.      Adubação de plantio/cobertura e primeiro pastejo
Quando utilizamos sementes puras ás quantidades aplicadas são muito pequenas e é comum o pessoal misturar material inerte (areia, pó de serra, estercos, terra seca) para facilitar a regulagem e a distribuição das sementes, mas a melhor opção, sem dúvida e a aplicar de adubos fosfatados juntos às sementes.  
Como mais de 92 % dos solos dos cerrados é pobre em fósforo, o produtor deve estar consciente da importância da aplicação deste nutriente por ocasião do plantio. 
Os adubos fosfatados podem ser misturados com as sementes, pois, possuem um baixo índice de salinidade, não causando danos às sementes, principalmente os superfosfatos simples e triplo, desde que as sementes não fiquem misturadas com o adubo por mais de 24 horas antes do plantio e o ideal é que fique localizado próximo das sementes, o que permitirá a absorção deste nutriente pelas pequenas raízes da planta jovem e ainda diminuir a fixação do fósforo pelo solo devido ao menor contato o que implica em plantio em linha, ou em sulco ou na cova.
Após a germinação quando o capim estiver alcançado o ponto ideal de corte, que varia de acordo com cada forrageira, o primeiro corte, utilizando animais jovens, deverá ocorre até que os animais consumam em torno de 30 a 40% da altura do relvado. Após o segundo ciclo de pastejo, iniciar o uso normal da pastagem de acordo com a espécie forrageira, a época do ano e o nível de intensificação do pastejo. Quando o pecuarista espera que a pastagem floresça, a planta forrageira forma touceiras esparsas que mantêm o solo parcialmente descoberto entre elas, e, quando os animais entram na pastagem ocorre o acamamento da forragem. Nesta condição ocorrem perdas de mais de 70% da forragem produzida.
Para a boa formação e manejo de pastagem, um técnico especialista no assunto é indispensável para o sucesso do projeto, o planejamento minucioso de todo o processo é o que irá garantir bons frutos no futuro e a ALCANCE Consultoria e Planejamento Rural, com mais de 10 anos no mercado possui grande bagagem de conhecimento sobre o assunto, com acúmulo de experiência em várias regiões do Brasil, todas fundamentadas em resultados de campo e pesquisa. Sempre com o objetivo de tornar o negócio rentável para o produtor.


Contatos:
www.alcancerural.com.br
tiago@alcancerural.com.br 
Telefone: (38) 3214 0892





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