Passo a passo de como fazer:
1. Definir o
objetivo da propriedade
2. Preparo de
solo e calagem
3. Escolha da
semente
4. Plantio
5. Primeiro
Pastejo e Adubação de cobertura
1. Definir o objetivo da propriedade
O primeiro passo a ser dado é planejar a
implantação de uma pastagem deixando claro qual é o objetivo da fazenda, o que
irá produzir, como e a quantidade do que quer produzir.
Cada fazenda tem sua aptidão, que leva em
consideração o mercado, o “gosto” do produtor, o clima da região, potencial
irrigável, logística, relevo, solo etc. A partir disso um planejamento
forrageiro poderá ser feito e assim escolher a melhor opção de capim para a
implantação, que se encaixe no projeto da fazenda. Neste momento, a coleta de
material para a análise de solo deve ser realizada.
Espécies
|
Exigência em fertilidade
|
Tolerância
|
Profundidade
|
|||
plantio
|
||||||
Frio
|
Seca
|
Umidade
|
Cigarrinha
|
(cm)
|
||
Brachiaria brizantha cv.
Marandu
|
Média a alta
|
Média
|
Média
|
Baixa
|
Resistente
|
02-04
|
Brachiaria decumbens cv.
Basilisk
|
Média a baixa
|
Média
|
Boa
|
Baixa
|
Susceptível
|
02-04
|
Brachiaria
dictyoneura cv. Llanero
|
Baixa
|
Média
|
Boa
|
Média
|
Tolerante
|
01-03
|
Brachiaria
humidicola cv. Humidícola
|
Baixa
|
Média
|
Boa
|
Alta
|
Resistente
|
01-03
|
Panicum maximum cv.
Mombaça
|
Alta
|
Média
|
Média
|
Baixa
|
Tolerante
|
0,5-2,5
|
Panicum maximum cv.
Tanzânia
|
Alta
|
Média
|
Média
|
Baixa
|
Tolerante
|
0,5-2,5
|
Panicum maximum cv.
Massai
|
Média a alta
|
Boa
|
Média a boa
|
Baixa
|
Tolerante
|
0,5-2,5
|
Paspalum atratum cv.
Pojuca
|
Média a baixa
|
Média
|
Média
|
Alta
|
Resistente
|
01-03
|
Andropogon gayanus cv.
Baeti
|
Baixa
|
Alta
|
Alta
|
Média
|
Resistente
|
0,5-1
|
Quadro
1 - QUADRO SINÓTICO - Características das principais plantas forrageiras
Fonte: EMBRAPA, Gado de
Corte.
2.
Preparo
de Solo e Calagem.
O bom preparo de solo é essencial para a boa formação da
pastagem, por isso o planejamento deve ser minucioso. A época ideal para
iniciar o preparo de solo, é no final do período chuvoso do ano anterior à
formação, com isso problemas como a dificuldade de penetração da grade no solo
é evitado, não atrasando o preparo do solo, como ocorre em alguns casos. Sendo
assim, uma primeira gradagem adiantada é recomendada e o restante do processo
pode ocorrer já no final da seca. A segunda parte do preparo do solo deve ser
feito 60 até 30 dias antes do período programado para plantio. Por exemplo, se
o plantio for feito em Novembro, o preparo de solo deve ser iniciado em meados
de setembro até outubro. Em certas ocasiões, quando o plantio é programado para
grandes áreas podemos iniciar o preparo de solo até 90 dias antes do plantio.
Um erro clássico observado é fazer a gradagem antes da aplicação dos
corretivos de pH quando são necessários, o corretivo de solo quanto melhor
incorporado ao solo maior será o resultado da cultura posteriormente.
Plantios antecipados (na poeira) ou
tardios em relação àqueles períodos são arriscados e mesmo ficando bem
estabelecido, a produção de forragem é menor por ocasião do primeiro pastejo e
este tem que ser feito tardiamente (mais de 90 a 120 dias após o plantio
comparado com 40 a
60 dias).
A calagem, consiste na aplicação de corretivos
(calcário, cal etc), para elevar os níveis de cálcio no solo, neutralizar o alumínio
e aumentar o pH do solo, disponibilizando os nutrientes necessários para o
crescimento da planta e favorecendo o desenvolvimento maior das raízes. A
quantidade de corretivo a ser aplicado deve ser calculado a partir dos
resultados da análise de solo, e sua aplicação pode ser parcelada em 2 vezes
antes das gradagens quando necessária grandes quantidades para a incorporação
do material no solo.
2.1- Métodos de Preparo e Plantio
Consideramos praticamente três tipos
de preparo de solo e métodos de plantio:
O convencional, que é o preparo mais comum, com o tombamento
da terra com arado ou grade pesada e nivelamento com a grade niveladora.
O método de plantio do tipo direto que é feito com
plantadeira em linha após a dessecação da vegetação com herbicida.
O método de plantio aéreo que consisti apenas em derrubar a vegetação natural, queima-la e fazer o plantio
sobre as cinzas (este método também pode ser feito em áreas de lavoura após a
colheita e neste caso também não há o preparo do solo).
Lembrando que durante o preparo de
solo, em áreas com declividade acentuada, métodos de conservação do solo devem
ser adotados, como o plantio em faixa, terraços e curvas em nível para evitar
problemas com erosão e perda de fertilidade do solo.
Terraço de base larga (está adequado), mas
deveria ter sido formado primeiro. No detalhe, lasca a mais sobre o terraço a
qual poderá ser economizada em terrenos planos.
Fonte: Alcance Consultoria e Planejamento
Rural
3.
Escolha da semente
A compra destes insumos deve ser realizada o
mais cedo possível, pois assim se efetuará compras com preço mais baixo e maiores
prazos para o pagamento.
A busca por empresas idôneas é o ponto chave
para adquirir material de qualidade livre de contaminação, além disso, é
importante sempre comprar sementes tratadas ou fazer o tratamento com inseticidas
antes do plantio.
Para se calcular a quantidade de semente
necessária para implantar um hectare devemos conhecer o valor cultural da
semente adquirida, que é a pureza do material e a taxa de germinação. Com essa
informação podemos calcular a taxa de semeadura. As recomendações feitas
atualmente são, em geral, baseadas em observações práticas, levando-se em conta
o tamanho da semente (número de sementes/grama), a época e o método de plantio.
A Tabela 1 apresenta dados da quantidade de sementes por grama e a taxa de
semeadura das principais gramíneas forrageiras.
Tabela
1 - Número de sementes por grama e recomendação para o plantio em kg/ha de
sementes puras viáveis para alguns capins tropicais
Forrageira
|
Sementes/grama
|
Taxa de semeadura
|
(kg/ha SPV)
|
||
Andropogon
|
360
|
2,5
|
Braquiarão
|
150
|
2,8
|
B. decumbens
B. humidicola
|
200
270
|
1,8
2,5
|
B. ruziziensis
|
230
|
2,0
|
Tanzânia - 1
|
960
|
1,6
|
Tobiatã
|
680
|
2,5
|
Colonião
|
780
|
1,6
|
Setária
|
1490
|
1,2
|
Fonte: Vieira e Kichel (1995), modificado.
O ideal é conseguir uma densidade de plantas/ m2
da seguinte forma: forrageiras com sementes maiores como as do gênero Brachiaria sp e para o Paspalum guenoarum (capim ramirez), o
estande obtido deve ser de 15 a
20 plântulas/m2. Forrageiras com sementes menores como andropogon,
colonião, tobiatã, tanzânia, mombaça, setária, mais sensíveis às adversidades
climáticas e ao preparo do solo, o estande obtido deve ser de 40 a 50 plântulas/m2.
Um estande superior a 15 plântulas/m2 (150.000 plantas/ha) já é o
suficiente para a formação da pastagem.
Plantio em condições ideais: Estas
condições são as seguintes: plantio em época normal; solo corrigido e bem
preparado; com adubação de plantio; equipamentos bem regulados; uso de rolo
compactador de sementes após o plantio; plantio solteiro.
kg sementes/ha = SPV x
100 x 2
VC
Onde SPV é obtido de tabelas, tais como a
Tabela 1.
Plantio em condições médias: Plantio a
lanço na superfície do terreno sem compactação; plantio com solo semi-preparado;
plantio consorciado com culturas anuais; época de plantio com incidência de
veranicos;
kg
sementes/ha = SPV x 100 x 3
VC
Plantio
em condições adversas: Plantio de avião; plantio tardio; plantio em terreno
inclinado; plantio em terreno mal preparado; plantio em terrenos muito úmidos;
plantio manual na superfície do solo; plantio em terreno seco e sem previsão de
chuvas; equipamentos mal regulados; plantio sobre cinzas de queimadas.
kg
sementes/ha = SPV x 100 x 4
VC
4.
Plantio
As
condições ambientais para o plantio variam de acordo com a região, ou seja, com
a previsão de chuvas regulares do local, para que a operação ocorra quando
houver condições adequadas de umidade do solo.
Os métodos de semeadura podem
ser convencional mecanizado, ou manual, ou tração animal; aéreo; plantio
direto; com cultura acompanhante, que variam de acordo com a característica de
cada propriedade. Na formação, devemos ter atenções especiais para evitar infestações de
plantas invasoras na pastagem recém formada, o plantio no “limpo”, ou seja, sem
plantas invasoras na área é de extrema importância para uma boa formação, o
controle químico com dessecantes ou até mesmo uma aração/gradagem pesada são decisivas
para o controle de invasoras na futura pastagem.
Outros pontos como a correção
da fertilidade do solo principalmente com fósforo durante o plantio para
acelerar o desenvolvimento da planta forrageira abafando as invasoras, escolha
de sementes puras evitando a propagação de sementes de plantas indesejáveis,
entre outras ações que são importantes para evitar tal infestação de plantas
invasoras nas pastagens recém formadas.
Compactação ou enterro de sementes no solo antes
ou após a semeadura tem maior importância quanto mais superficial for o plantio
e quando a profundidade de semeadura for irregular. A compactação do solo como
uma das formas de evitar o assoreamento de sementes ou enterro demasiado devido
à erosão. O peso da compactação das sementes deve ser no
mínimo, 1,5 kg/cm de largura.
Figura 2 - Modelos de
compactadores de sementes e de solo de pneus e de metal.
Fonte: Alcance Consultoria e
Planejamento Rural
5.
Adubação de plantio/cobertura
e primeiro pastejo
Quando utilizamos sementes puras ás quantidades aplicadas são muito
pequenas e é comum o pessoal misturar material inerte (areia, pó de serra,
estercos, terra seca) para facilitar a regulagem e a distribuição das sementes,
mas a melhor opção, sem dúvida e a aplicar de adubos fosfatados juntos às
sementes.
Como mais de 92 % dos solos
dos cerrados é pobre em fósforo, o produtor deve estar consciente da
importância da aplicação deste nutriente por ocasião do plantio.
Os adubos
fosfatados podem ser misturados com as sementes, pois, possuem um baixo índice
de salinidade, não causando danos às sementes, principalmente os superfosfatos
simples e triplo, desde que as sementes não fiquem misturadas com o adubo por mais
de 24 horas antes do plantio e o ideal é que fique localizado próximo das
sementes, o que permitirá a absorção deste nutriente pelas pequenas raízes da
planta jovem e ainda diminuir a fixação do fósforo pelo solo devido ao menor
contato o que implica em plantio em linha, ou em sulco ou na cova.
Após a germinação quando o capim estiver alcançado o ponto ideal de
corte, que varia de acordo com cada forrageira, o primeiro corte, utilizando
animais jovens, deverá ocorre até que os animais consumam em torno de 30 a 40% da altura do relvado.
Após o segundo ciclo de pastejo, iniciar o uso normal da pastagem de acordo com
a espécie forrageira, a época do ano e o nível de intensificação do pastejo. Quando
o pecuarista espera que a pastagem floresça, a planta forrageira forma
touceiras esparsas que mantêm o solo parcialmente descoberto entre elas, e,
quando os animais entram na pastagem ocorre o acamamento da forragem. Nesta
condição ocorrem perdas de mais de 70% da forragem produzida.
Para a boa formação e manejo de pastagem, um técnico especialista no
assunto é indispensável para o sucesso do projeto, o planejamento minucioso de
todo o processo é o que irá garantir bons frutos no futuro e a ALCANCE
Consultoria e Planejamento Rural, com mais de 10 anos no mercado possui grande bagagem
de conhecimento sobre o assunto, com acúmulo de experiência em várias regiões
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