domingo, abril 28, 2013

TECNO TOUR DOW 2013 - PASTAGEM INTENSIVA ADUBADA E IRRIGADA COM CAPIM TANGOLA


Figura 1. Grupo do TECNOTOUR  na área irrigada por Pivô Central, F.S.Ofélia.
A cada 2 anos a Dow AgroSciences promove o Tecno tour, evento com a participação de pesquisadores, professores universitários, ONG's e consultores em pecuária, que objetiva discutir temas relacionados a sustentabilidade.

No evento de 2013, o Tecno tour foi realizado em Selvíria-MS, nos dias 23 e 24 de abril, e contou com a presença de 70 pessoas.

A Fazenda Santa Ofélia serviu como exemplo prático e consolidado de Pecuária Sustentável e também rentável. A ALCANCE – Consultoria e Planejamento Rural em parceria com a Agropecuária Hugo Arantes foram responsáveis pelas apresentações dos resultados de produção e financeiros da fazenda.
         
        O sistema intensivo de produção de carne em pasto irrigado e adubado continua sendo foco das atenções para muitos técnicos e consultores, apesar da tecnologia estar consolidada a mais de 12 anos ainda restam dúvidas da grande massa de difusores de tecnologia em pecuária.

            A Agropecuária Hugo Arantes com posse sobre a Fazenda Santa Ofélia , situada no município de Selvíria – MS a beira do rio Paraná, possui como objetivo a “intensificação da pastagem com adubações e irrigação”, operando essa tecnologia desde o ano de 2000. A pecuária de corte é realizada em pouco mais de 1107 hectares de pasto, entre estes, 207 hectares são irrigados por pivôs centrais, garantindo altas lotações animais ao longo do ano a um custo baixo de produção.

            Na abertura do evento representantes da DOW, Alcance e Agropecuária Hugo Arantes tiveram a oportunidade de falar um pouco sobre o trabalho realizado na fazenda e, é claro, dar as boas vindas a todos os convidados presentes. O consultor/diretor da Alcance iniciou os trabalhos revelando alguns dados técnicos sobre o projeto e, logo após, todos foram em direção as áreas de pivôs, foco principal da visita.

Figura 2. Abertura dos trabalhos, com o consultor/diretor da Alcance Rural, Tiago Felipini e o Gestor da Sta.Ofélia Sergio Arantes.
Além da visita à área irrigada, dados históricos foram apresentados ao grupo TECNOTOUR sendo destaque especial para produtividade da terra com 98@ por hectare nas áreas irrigadas/adubadas e 25@/ha médio da fazenda com custo médio de arroba produzida em 2012 a R$ 51,00.

 Perguntas interessantes também foram respondidas como, por exemplo:

“Porque a Agropecuária escolheu iniciar a intensificação com adubações em áreas irrigadas ao invés de iniciar em áreas de sequeiro?”
R: A escolha veio para minimizar o risco climático para adubações intensivas ou semi-intensivas, qualquer falta de umidade a resposta dos investimentos em fertilidade fica limitada. Outro detalhe é o investimento na irrigação, esse é um patrimônio para a fazenda que hoje pode ser adquirido com juros de 3% ao ano e prazo de 60 meses, além de aumento de produção a fazenda também aumenta a valorização da terra.

“Pesquisador Zimmer EMBRAPA: Qual critério usado para adubação fosfatada na fazenda? O solo é adubado para atingir quantos mg/dcm³ de fósforo no perfil do solo de 0-20 cm?”
R: A fazenda opera a 12 anos pelo modelo de fertilidade conhecido como Balanço de Massas, nesse modelo a fazenda não se preocupa em corrigir a fertilidade do solo, mas sim fornecer exatamente o que o solo necessita para produzir determinada quantidade de forragem. Não é aplicado nada a mais e nada menos do que a demanda de fertilizantes, dessa forma é possível economizar capital para outros setores com a compra de gado que representa uma relação média de R$ 5,00 pra cada R$ 1,00 gasto com fertilidade/irrigação.


Figura 3. O Consultor Tiago Felipini esclarece dúvidas dos convidados na pastagem do Pivô 1. 
          O processo de intensificação com adubação/irrigação da pastagem na fazenda iniciou-se em 2000 sob orientações do Prof. Adilson Aguiar e Prof. Luis Cesar, propondo ações como fertilização do solo sobre pastagens e irrigação de pastagem com pivôs centrais.

Hoje, em um cenário sustentável e já consolidado a fazenda trabalha com mais de 3.300 animais em 1107 hectares de pastagem, com uma taxa de lotação de 8 UA/ha na área irrigada e 2,5 UA/ha na fazenda, resultado da média entre sequeiro e irrigado, lembrando que a média brasileira é de 0,8 UA/ha/ano.

          Apesar dos bons resultados alcançados com o sistema, a Agropecuária Hugo Arantes, possui o objetivo de expandir as áreas intensivas irrigadas para aumentar ainda mais a rentabilidade do negócio. Hoje, de acordo com o Sergio Arantes, nas áreas irrigadas a fazenda tem um lucro superior a 21 @ de boi/ha/ano, bem acima da média brasileira no sequeiro, mas que pode ser melhorado, segundo Tiago Felipini. 

Figura 4. Público na área do pivô 1, debatendo sobre dados de orçamento forrageiro e eficiência de pastejo do sistema adubado/irrigado.
    Percorrendo as áreas irrigadas que são divididas em 2 a 4 módulos, dois a quatro em cada pivô, formados por 15 piquetes no pivô 1 e 12 piquetes no pivô 2 o publico pode nivelar seus conhecimentos e absorver novas ideias para o futuro da pecuária moderna.

Figura 5. Convidados na área base do Pivô 2 desfrutando do coffee break e encerramento da visita.
      Após as visitas a campo houve palestra de agradecimentos feita por Roberto Risolia da empresa DOW e pelo grupo de consultores presentes.

Potenciais da pastagem irrigada e adubada

            Existem várias opções para se intensificar a produção animal na propriedade, e sem dúvidas, entre as alternativas mais viáveis está a irrigação e adubação de pastagem.

A tecnologia é baseada no conceito de não deixar faltar água e nutrientes para que a forrageira não deixe de crescer, driblando a estacionalidade da produção de pasto causada pela falta de chuva no período seco do ano e também corrigindo a falta de nutrientes do solo. Assim garantimos a produção e fornecimento aos animais de alimento de excelente valor nutricional e em grande quantidade, proporcionado altos índices de ganho de peso e elevada taxa de lotação, diluindo custos pela grande quantidade de arrobas produzidas por hectare, proporcionando ótima rentabilidade do negócio.
 Resultados obtidos pela Fazenda Sta.Ofélia:


Pivot 1
Pivot 2
Sequeiro
Total 2012
Total 2011
Total 2010
TOTAL CUSTO DE PRODUÇÃO  SEM  REPOSIÇÃO
279.140,02
169.407,66
191.691,84
661.712,38


ÁREA (ha)
103,5
103,5
900
1.107
1.107
1.107
ESTOQUE MÉDIO
1.228
1.001
1.209
3.363
2.055
2.655
Kg  PRODUZIDOS
291.923
220.454
204.217
716.595
406.063
432.139
 @  PRODUZIDAS/ (ha)
97,78
70,42
7,87
23,39
12,72
13,53
GMD
0,65
0,60
0,46
0,57
0,54
0,45
CUSTO/@
44,58
47,15
43,19
51,81


Os dados apresentados são frutos de um belo trabalho realizado na propriedade, mas que ainda tem muito a crescer. Ao longo dos anos, com os ajustes sendo feitos, a mão de obra da fazenda sendo treinada e novas tecnologias sendo adotadas como a melhoria genética do rebanho proporcionará desempenhos ainda melhores. 

Sistemas mais tecnificados, como a irrigação de pastagem, apesar de serem de simples manejo, se comparados a outras atividades, sempre devem ter treinamento e capacitação técnica como ponto essencial do projeto. Simples ações, como conhecimento da altura exata do capim, que indica o momento ideal para entrar com animais no piquete para pastejo, levando em consideração a máxima produção de forragem sem a perda da qualidade nutricional já foram exaustivamente pesquisadas e ainda requerem pesquisas e, por isso, devem ser orientadas por um técnico que domina o assunto e não feito ao acaso como em muitos casos. Este é apenas um ponto entre vários que o proprietário ou gerente deve saber antes de colocar em prática a atividade e chegar aos índices produtivos discutidos anteriormente.

Portanto, o acompanhamento do projeto por um técnico capacitado é fundamental para o sucesso da atividade.





2 comentários:

  1. TECNO TOUR DOW 2013 - PASTAGEM INTENSIVA ADUBADA E IRRIGADA COM CAPIM TANGOLA
    Este trabalho foi feito em Tangola?

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  2. Sim, na área do pivô 1 dos 103,5 hectares 80% é composto por capim Tangola desde 2006, esse capim é muito responsivo mesmo no período de inverno.

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