O zootecnista Tiago Felipini lançou um alerta importante: “o gado no Brasil passa fome!”. A frase pode soar dura, mas reflete a realidade de muitas fazendas, especialmente durante o período da seca.
A falta de alimento de qualidade gera o chamado efeito sanfona, quando o animal engorda no período das águas e emagrece na seca. Esse ciclo compromete não apenas o ganho de peso, mas também a eficiência reprodutiva e a rentabilidade da pecuária.
Segundo o especialista, muitos pecuaristas ainda iniciam a suplementação de forma tardia, no meio ou final da seca. Nesse momento, o investimento serve apenas para repor perdas, sem gerar ganho adicional.
Como reverter esse cenário?
Felipini aponta que a chave está no planejamento nutricional antecipado e no uso estratégico de tecnologias de manejo:
- Suplementação proteica no início da seca (abril), quando o pasto ainda oferece algum ganho.
- Sequestro de gado, confinando bezerros desmamados ou vacas de monta, para preservar a pastagem e otimizar o desempenho.
- Uso de casquinha de soja na TIP (Torta Integral Proteica), que pode substituir até 50% do milho com menor custo.
- Sal proteinado desde o início da seca, útil para manter a condição corporal do rebanho.
- Cuidado na formulação: evitar excesso de ureia (máx. 10%) e sal branco para não restringir consumo ou causar intoxicação.
- Cocho bem dimensionado em confinamento, evitando estresse, competição e queda no desempenho.
“O gado brasileiro tolera muito, mas perde-se grande potencial de ganho por falta de planejamento”, reforça o consultor.
Com práticas adequadas, é possível manter os animais bem alimentados, reduzir perdas produtivas e aumentar a eficiência da pecuária mesmo nos períodos críticos.
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