segunda-feira, agosto 15, 2011

Características de FENO e SILAGEM para Equinos


O feno tem sido a forragem mais comumente usada na alimentação de eqüídeo durante o período da seca. Contudo, a produção de feno é altamente dependente das condições climáticas as quais são freqüentemente instáveis no período de sua produção. O feno poeirento está associado a problemas na fenação. Fenos poeirentos e com mofo resulta em hipersensibilidade pulmonar podendo desenvolver a doença chamada obstrução crônica pulmonar (COPD).

ALMEIDA et al.(1999), alimentando eqüinos com dieta exclusiva de capim Coast Cross, observaram valores médios para os coeficientes de digestibilidade aparente, durante o período da seca, de 64,0% para a matéria seca 47,90% para a energia bruta, 56,10% para a proteína bruta e 63,30% para a fibra detergente neutra. Os valores obtidos por ALMEIDA (1999) foram 15% superior aos resultados médios observados por ALVARENGA (1996) e 12% superiores aos observados por OLIVEIRA (1998), de 43,7 e 52,0%, respectivamente. Portanto , os alimentos volumosos usados pelo criador de eqüinos, de um modo geral são de baixos valores nutritivos.

Por estas razões a silagem de capim nobre vem gradativamente substituindo o feno. As silagens são volumosos mais palatáveis, não poeirentos e são de melhor valor nutritivo. O valor nutritivo é freqüentemente melhor porque a forragem é cortada quando a planta se encontra em estádio vegetativo mais jovem e conseqüentemente o produto obtido contém mais proteína, mais energia metabólica e matéria seca mais digestível.

Silagens de boa qualidade oriunda de capim nobre não causam problemas gastrintestinais aos eqüinos por não conterem fungos, fermentos e ácidos indesejáveis. A silagem é armazenada sob boa compactação, em um ambiente anaeróbico (sem oxigênio), proporcionando conseqüentemente melhor fermentação, permitindo assim conservar o alimento por um longo período, mantendo-se as características nutricionais semelhantes ao alimento fresco. Contrário ao que muitos julgam, uma silagem pode ser um ótimo alimento para o eqüídeo. É claro que esta deve ser de boa qualidade, quer seja de capim nobre, de alfafa ou de milho.

As silagens de capim nobre possuem ótimos níveis energéticos, oferecendo ainda proteína em bom nível, vitaminas e minerais (assim como os outros volumosos de boa qualidade) para eqüinos. As silagens não devem ser o único alimento volumoso a ser oferecido ao eqüídeo, mas pode constituir até 50% de sua dieta volumosa (incluindo a pastagem). Alguns animais rejeitam a silagem em um primeiro momento, mas assim que se acostumam com o sabor, passam a consumi-la sem maiores problemas. Deve-se ter cuidado no momento do fornecimento, de que a quantidade de silagem a ser oferecida ao animal deve ser proporcional á quantidade que este vai ingerir nas próximas duas horas, pois, após este período tempo, ela adquire um sabor e odor que o animal passa a rejeitar.

Artigos de ESTHER GUIMARÃES CARDOSO E JOSÉ MARQUES DA SILVA, Silos, Silagem e Ensilagem (EMBRAPA - CNPGC, Campo Grande, MS, 14 fev. 1995 nº 02) , dizem que “A silagem não é indicada para cavalos ou bezerros pequenos” e da Pesquisadora VALÉRIA PACHECO que segundo a nutricionista da Embrapa Gado de Corte, (Campo Grande, UNIFLOLHA, Matéria de 20/10/2005) “a silagem não é indicada para cavalos ou bezerros, porque estes animais possuem um trato digestivo sensível às fermentações”. Estas afirmativas não estão em acordo com os resultados de pesquisa apresentados no XIII° INTERNACIONAL SILAGE CONFERENCE (AUCHINCRUIVE, SCOTLAND - 11 A 13/09/2002), que contradizem estas afirmações.

A silagem de capim nobre com idade de 80 dias utilizada (SARKIJARVI, et al.2002) pelos eqüinos apresentou valores de digestibilidade da matéria seca da forragem de 69,3%, da proteína bruta digestível de 82,1%, da fibra bruta de 50,9%. O valor de proteína digestível foi de 15, 5% e o de energia metabolisável foi de 10,1%. Enquanto a silagem feita á idade de 120 dias os valores de proteína digestível foi de 7,6% e de energia metabolisável foi de 8,2%. Verifica-se que o nível de energia é adequado para grupos de animais que não estão em atividade física intensa, enquanto o nível de proteína (15,5%) pode exceder a exigência de muitos grupos de animais, quando em dietas somente com este volumoso.

Foi comparado o consumo da silagem de alfafa com feno de alfafa, na alimentação de eqüinos (HILL. J. AND A.D. ELLIS, 2002). A silagem de alfafa foi mais bem (gastou-se menos tempo por unidade de alimento consumido) consumida pelos eqüinos quando comparada com o feno desidratado. Quanto ao valor nutritivo os alimentos se equivaleram.

É sempre necessário ter em mente que o concentrado (grãos) fornecido aos eqüinos deverá apenas cobrir as cotas adicionais de energia, aminoácidos, vitaminas e minerais que por ventura o volumoso não esteja fornecendo, ou quando na atividade imposta ao eqüídeo como: crescimento, gestação, lactação ou intenso trabalho, ele não consegue retirar dos alimentos volumosos todos os nutrientes que precisa.

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