A acidez do solo é um dos principais responsáveis pela baixa produtividade dos solos do Brasil. Na grande maioria, nossos solos contêm baixos teores de cálcio e magnésio, teores tóxicos de alumínio e em alguns casos de manganês. Para que se possa corrigir esses problemas, é necessário aplicar calcário ao solo. Essa prática, conhecida como calagem, é fundamental para aumentar a produtividade das culturas, uma vez que:
- Corrige a acidez do solo, aumentando a disponibilidade da maioria dos nutrientes
- Melhora o ambiente radicular permitindo maior eficiência das plantas na absorção de água e nutrientes
- Diminui as perdas de bases (K. Ca e Mg) por lixiviação
- Diminui a fixação do P
- Diminui os teores excessivos de alumínio e manganês
- Fornece cálcio e magnésio às plantas
- Favorece a fixação simbólica do nitrogênio
- Melhora as propriedades físicas e biológicas do solo
A recomendação da calagem deve ser feita deve ser feita com base na análise de solo, efetuadas em amostras de solo coletadas, em geral, de 0-20 cm de profundidade e também de 20-40cm para culturas perenes ou sistema intensivos de produção.
A partir dos resultados da análise de solo, o técnico indica a necessidade de calagem, a quantidade de corretivo necessária para neutralizar a acidez do solo ou fornecer Ca e Mg. A quantidade de calcário depende do comportamento da cultura com relação à acidez e também de características do solo, como o pH, teor de alumínio tóxico, teor de cálcio e magnésio e textura. Basicamente são utilizados três métodos de determinação da necessidade de. calagem no Brasil, com pequenas variações regionais. O método para elevação da saturação por bases, o método para neutralização do Al3+ e/ou para elevação dos teores de Ca2+ e Mg2+ e o método para atingir o pH ideal para cada cultura.
Além das quantidades recomendadas para os diferentes tipos de solos e culturas, para se obter bons resultados com a prática da calagem, deve-se considerar a qualidade do calcário, a época e a forma de sua aplicação.
Os corretivos de acidez do solo utilizados no Brasil são as rochas calcárias moídas, denominadas de calcário. São classificadas com relação à concentração de MgO em calcíticos (menos de 5%), magnesianos (5 a 12%) e dolomíticos (acima de 12%). A qualidade do produto será função de suas características químicas .(poder de neutralização) e físicas (tamanho das partículas).
O calcário deve ser aplicado sobre o terreno de forma a cobrir a área o mais uniforme possível. A incorporação pode ser feita na etapa de preparo do solo, antes da aração ou da gradagem, com o ob- jetivo de incorporar o insumo em profundidade, estendendo os efeitos benéficos. Os arados (de disco ou aiveca) proporcionam incorporação mais profunda que aqueles das grades aradoras. Contudo, para culturas perenes já implantadas a incorporação é prejudicial, pois danifica o sistema radicular. Nesse caso, como no caso dos sistemas sob plantio direto, a alternativa é a utilização de um calcário mais finamente moído, aplicados em superfície.
A acidez do subsolo, associada a baixos teores de cálcio e altos teores de alumínio, dificulta ou impede a penetração de raízes. Sua redução pode ser obtida com a utilização do Gesso agrícula em dosagem 20 a 30% da Calagem logo apos a aplicação do Calcário.
Para atuar na correção da acidez do solo, o calcário necessita sofrer uma reação, pela ação da umidade e pelo contato com o solo. Assim, o produto deve ser aplicado no outono/inverno (maio a julho), para que quando forem iniciados o plantio ou a adubação nas culturas perenes, a calagem já tenha provocado reflexos positivos na mudança das propriedades químicas do solo. Porém, pior que aplicar em época não apropriada é não aplicar.
Um problema que pode ocorrer é o da incorporação muito rasa, propiciando uma superdosagem nas camadas superficiais, que podem levar à deficiências de micronutrientes e limitar o desenvolvimento radicular, ocasionando reflexos negativos na produção.
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